Piratas das Caraíbas é, no essencial, um filme de puro entretenimento. E, há que reconhecer, de entretenimento competente e de qualidade. O velho imaginário dos piratas consegue, de facto, ser recriado com uma excelente composição dos cenários e do guarda-roupa. Mas não só: as boas interpretações de Johnny Depp e Geoffrey Rush são essenciais na criação desse imaginário. Há, sobretudo, que destacar a grande interpretação de Johnny Depp e a brilhante composição que faz do pirata Jack Sparrow. Ele é alma de Piratas das Caraíbas e a sua personagem arrisca-se a transcender o próprio universo do filme. O argumento assenta numa interessante e coerente história e é concretizado com eficácia e competência pelo realizador. O principal problema do filme é a sua falta de ambição. A certa altura, o filme perde o seu fôlego inicial e arrasta-se alimentado por um conjunto dos mais batidos lugares comuns. A criatividade e originalidade foram-se esbatendo vertiginosamente à medida que o tempo ia passando. E só regressaram um pouco antes do final, no momento decisivo para a história. O final do filme é, porém, absolutamente previsível e encerra em si o maior “cliché” de todo o filme. A única semi-novidade que apresenta é o anúncio implícito de uma sequela (ou várias), aliás já esperada, tendo em conta a introdução de um subtítulo (A maldição da Pérola Negra) no título Piratas das Caraíbas.
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